domingo, 15 de janeiro de 2012

O MEU PÉ DE LARANJA LIMA: RETRATOS DE UMA INFÂNCIA

Apesar da minha pouca idade, já li muitos livros de autores maravilhosos. Confesso que foi difícil a escolha, porém o livro que me fascina e que jamais esquecerei é: O Meu Pé de Laranja Lima de José Mauro de Vasconcelos, da Editora Melhoramentos. Não existe livro mais emocionante!
O Meu Pé de Laranja Lima relata a história de Zezé, um menino de apenas cinco anos que mora com seus pais e irmãos. Zezé é muito pobre, mas, nem por isso, deixa que as dificuldades afetem o seu lado amoroso, meigo e precoce de ser. Ele, por aprender tudo muito cedo, fazia inúmeras artes e sofria muito com as várias surras que seu pai lhe dava, inclusive quando foi mostrar-lhe que sabia cantar um tango e o pai o achou vulgar. O menino, por se sentir muito sozinho, vivia conversando com um pé de laranja lima que, com o passar dos dias, se tornou o seu melhor e inseparável amigo. Foi com ele que Zezé aprendeu a criar, com muita ternura, um lindo mundo de fantasias.
Zezé também aprendeu a ler sem a ajuda de ninguém, pois eram poucas as pessoas de quem ele gostava de estar perto. Uma delas é a sua irmã Godoia, a única dos irmãos que o defendia em todas as circunstâncias e que o pequeno Zezé amava demais. E também, tinha o Sr. Manuel Valadares, a quem ele chamava carinhosamente de “Portuga” e que considerava como um pai. Por não ter o amparo e o carinho da família, procurava no Sr. Manuel todo o amor que uma criança merece ter.
No entanto, um dia o destino foi cruel, tirando-lhe as coisas que ele julgava mais importantes: o pé de laranja lima, que foi cortado e o Sr. Manuel Valadares, seu “Portuga” que foi tragicamente atropelado por um trem chamado Mangaratiba. Daí em diante, o menino conheceu a dor da perda e do sofrimento. Quis morrer, mas precisou ser forte para cumprir a promessa que fez ao Portuga e a si mesmo.
A história que José Mauro conta é baseada em sua vida e se passa em Bangu, bem próximo do Bairro onde moro. Durante a leitura, pude identificar alguns pontos que ele descreve e que ainda existem, tais como: o Cassino Bangu, os nomes de algumas ruas e a fábrica em que a mãe de Zezé trabalhava. Essa fábrica faliu, o prédio foi tombado e nele foi construído o Bangu Shopping, principal ponto de encontro dos adolescentes.
Por fim, fico muito feliz e aprendo um pouco mais cada vez que leio O Meu Pé de Laranja Lima. Emociono-me sempre e vivo cada conflito junto com o Zezé e, às vezes, penso estar mesmo vivendo aquilo tudo e me esqueço do mundo. É muito bom saber que existem autores que escrevem com o coração e conseguem transmitir valores aos leitores. E o melhor é que o livro pode ser lido por pessoas de qualquer idade, pois para os mais velhos há a essência da criança que jamais morrerá dentro de nós. E, para os jovens e as crianças, ensinamentos que levarão por toda a vida.

Evellyn Ponciano.

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