domingo, 15 de janeiro de 2012

MEU MAR DE DÚVIDAS

Aonde foi parar o meu sorriso,
Os meus desejos e o meu encanto?
Aonde foi parar a minha beleza?
Só vejo espanto...

Aonde foi parar aquele ar de menina,
Aquela delicadeza e doce voz?
Aonde foi parar a minha face?
Só vejo nós*...

Aonde foi parar o desejo de me ser,
A minha loucura delicada,
A minha vontade de vencer?

Aonde foram parar aquelas mãos,
Que rasgavam todo o seu coração
Quando se punham a escrever?

*Nós = dar nó.

Evellyn Ponciano.

ENEGRECIMENTO EM MIM

Tudo é enegrecido em minha essência,
O amanhecer é sempre sombrio,
Não vejo fervor em minha existência,
À noite, por estar sozinha, sinto frio.

As noites gélidas me enchem de prazer,
Oh, melancolia, devolva a minha sorte!
Sou a mistura de tristeza e sofrer,
Estou de encontro com a morte!

Restam-me poucos segundos de vida,
Oh, metade minha sofrida,
Oh, amor meu que partiu

Devolvam aquela alegria viril
Que eu considerava tão querida,
Mas que você nem sequer viu.

Evellyn Ponciano.

FRASE

Algumas coisas doem tanto que só faltam furar o coração!

Evellyn Ponciano.

O MEU PÉ DE LARANJA LIMA: RETRATOS DE UMA INFÂNCIA

Apesar da minha pouca idade, já li muitos livros de autores maravilhosos. Confesso que foi difícil a escolha, porém o livro que me fascina e que jamais esquecerei é: O Meu Pé de Laranja Lima de José Mauro de Vasconcelos, da Editora Melhoramentos. Não existe livro mais emocionante!
O Meu Pé de Laranja Lima relata a história de Zezé, um menino de apenas cinco anos que mora com seus pais e irmãos. Zezé é muito pobre, mas, nem por isso, deixa que as dificuldades afetem o seu lado amoroso, meigo e precoce de ser. Ele, por aprender tudo muito cedo, fazia inúmeras artes e sofria muito com as várias surras que seu pai lhe dava, inclusive quando foi mostrar-lhe que sabia cantar um tango e o pai o achou vulgar. O menino, por se sentir muito sozinho, vivia conversando com um pé de laranja lima que, com o passar dos dias, se tornou o seu melhor e inseparável amigo. Foi com ele que Zezé aprendeu a criar, com muita ternura, um lindo mundo de fantasias.
Zezé também aprendeu a ler sem a ajuda de ninguém, pois eram poucas as pessoas de quem ele gostava de estar perto. Uma delas é a sua irmã Godoia, a única dos irmãos que o defendia em todas as circunstâncias e que o pequeno Zezé amava demais. E também, tinha o Sr. Manuel Valadares, a quem ele chamava carinhosamente de “Portuga” e que considerava como um pai. Por não ter o amparo e o carinho da família, procurava no Sr. Manuel todo o amor que uma criança merece ter.
No entanto, um dia o destino foi cruel, tirando-lhe as coisas que ele julgava mais importantes: o pé de laranja lima, que foi cortado e o Sr. Manuel Valadares, seu “Portuga” que foi tragicamente atropelado por um trem chamado Mangaratiba. Daí em diante, o menino conheceu a dor da perda e do sofrimento. Quis morrer, mas precisou ser forte para cumprir a promessa que fez ao Portuga e a si mesmo.
A história que José Mauro conta é baseada em sua vida e se passa em Bangu, bem próximo do Bairro onde moro. Durante a leitura, pude identificar alguns pontos que ele descreve e que ainda existem, tais como: o Cassino Bangu, os nomes de algumas ruas e a fábrica em que a mãe de Zezé trabalhava. Essa fábrica faliu, o prédio foi tombado e nele foi construído o Bangu Shopping, principal ponto de encontro dos adolescentes.
Por fim, fico muito feliz e aprendo um pouco mais cada vez que leio O Meu Pé de Laranja Lima. Emociono-me sempre e vivo cada conflito junto com o Zezé e, às vezes, penso estar mesmo vivendo aquilo tudo e me esqueço do mundo. É muito bom saber que existem autores que escrevem com o coração e conseguem transmitir valores aos leitores. E o melhor é que o livro pode ser lido por pessoas de qualquer idade, pois para os mais velhos há a essência da criança que jamais morrerá dentro de nós. E, para os jovens e as crianças, ensinamentos que levarão por toda a vida.

Evellyn Ponciano.

sábado, 14 de janeiro de 2012

RACHEL DE QUEIROZ E FUZILEIROS NAVAIS: UMA PAIXÃO

O Ceará, em 17 de novembro de 1910, foi o berço onde nasceu uma menina brilhante que, mais tarde se tornou a grande dama da nossa literatura: Rachel de Queiroz.
Rachel de Queiroz, apesar de possuir pouco estudo serviu de exemplo para muitos, pois foi a primeira mulher a entrar para Academia Brasileira de Letras, em 1977, ocupando a cadeira de número 5. Segundo Arnaldo Niskier, ela sempre foi uma ótima acadêmica porque, além de demonstrar orgulho por estar ali, entre muitos homens, demonstrava-se sempre disposta, alegre, carinhosa, meiga, doce e sincera com todos, principalmente, quando se reunia nos chás das quintas-feiras com alguns integrantes da ABL. E, Rachel não é só fonte de inspiração para adultos. Hoje, é muito admirada por jovens que possuem uma paixão por bons escritores, pessoas que escrevem com a alma, assim como ela escreveu o romance “O Quinze”, no qual retrata a dura seca que afetou o Ceará em 1915.
Apesar de ter passado por momentos de grandes dificuldades, como ter sido presa, por fazer parte de um grupo comunista e perder a única filha e o marido, Oyama de Macedo, com quem conviveu 42 anos, Rachel não perdeu o entusiasmo, mantendo-se uma mulher forte, enfrentando todos os obstáculos e encantando a vida de muitas pessoas com seus maravilhosos e emocionantes livros.
O Corpo de Fuzileiros Navais era para ela uma grande paixão que não se excedeu à toa, pois os fuzileiros fazem um lindo trabalho há 150 anos. Quando tudo parece perdido, eles estão ali, prontos para resolver a questão. E, quando menos se espera, eles surgem como anjos protetores. Não há guerra sem fuzileiro! Eles foram e são indispensáveis em todas as situações difíceis que o Brasil já enfrentou e enfrenta. Assim, seria um equívoco imperdoável confundi-los com tropa colonial ou instrumento de tirania, pois sempre que lutaram foi em defesa da pátria.
A cada encontro deles com Rachel, estreitava-se o laço de amizade especial, pois renovavam a ternura e o amor que sentiam pela escritora a quem chamavam carinhosamente de madrinha.
Rachel de Queiroz, no andar superior onde se encontra, certamente está olhando por nós, seus leitores fiéis e pelos fuzileiros que a ajudaram no momento em que embarcava para o céu... – Foram eles que, com seus trajes de gala, usados apenas em ocasiões especiais, conduziram a madrinha querida à última morada, embalando-a com a marcha fúnebre...
Dessa forma, após todas as homenagens que ela já fez os fuzileiros eles continuarão aqui, não prestando uma homenagem individual e oculta, mas sim, dando a muitos a oportunidade de conhecer a mulher brilhante que foi Rachel de Queiroz.
Por fim, se a nossa sensibilidade pudesse nos fazer ouvir as palavras dos que já não estão neste mundo, certamente seríamos capazes de ouvir a madrinha dos fuzileiros dizendo emocionada: “Quando se houverem acabado os soldados do mundo – quando reinar a paz absoluta – que fiquem pelo menos os fuzileiros, como exemplo de tudo de belo e fascinante que eles foram.”

Evellyn Ponciano.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

EU DANÇAVA SOZINHA

Eu dançava sozinha a procura do seu coração.
Eu dançava sozinha nas noites de céu aberto.
Eu dançava sozinha a procura de um deserto
Que nem sequer existia.

Eu dançava sozinha e assim chorava.
Eu dançava sozinha e por você esperava.
Eu dançava sozinha até enlouquecer.
Eu dançava sozinha morrendo de amor você.

Eu dançava e deixava meu coração vazio.
Eu dançava e me deixava perdida no frio
Para nas noites de outono eu me reencontrar.

Eu dançava sozinha perdida nas estradas.
Eu dançava sozinha triste e abandonada.
Eu dançava sozinha para, sozinha, eu me consolar!

Evellyn Ponciano.

Abraços!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

IMPORTANTE!!!

Olá! :D
Ando postando pouco, porque publico meus escritos aqui agora: www.recantodasletras.com.br/autores/evellynponciano
Visitem e comentem. Espero que gostem!
Abraços a todos!!!! :)